sábado, 8 de agosto de 2015

SODADE
Sodade
Tem idade
Que propi nha cidade 
Nes ano tudo de liberdade
Ca ta squice des falsidade
Que campia nes mundo de vaidade
Sem dia de simplicidade.
Es sentimento
Que traze es lamento
E tudo quel sofrimento
Que nha povo lancia na bento
Deste tempo de Convento.
Ai, se nha canela seco aguenta es corpo
Que bem desde stribilim de guarda corpo
Nha storia ta bira mas comprido
Nes salabanco desmedido
NB: Ideia que brisa de mar traze y entra na fresta de nha janela.
Brockton, 7/8/15

domingo, 23 de dezembro de 2012

MOMENTO

Hoje minha amada não vai sair à noite para não humilhar as estrelas do céu

Nem sair de manhã para não envergonhar o sol.

Estou aqui no quarto, para desfrutar dessa aura irradiante

Que debaixo dessa fragrância corporal

Deixa-me bêbado de desejo.

Feliz Natal!

 

 

 

O PEIDO QUE VIROU ALIANCA DO AMOR

Aos 17 anos de idade o Djonzinho conheceu a Rosilda, que tinha seus 16 anos de idade, numa festa de casamento.
Os dois, jovens na flor da idade, estavam ansiosos para dançar e demonstrar briosamente todas as suas potencialiades. Rosilda, menina linda, de olhos e cabelos negros, alta e de sorriso contagiante estava rodeada de moços competitivos, inclusive dispostos a conquistas e brigas sangrentas.
Djonzinho, rapaz charmoso, de olhos e cabelos castanhos, alto, simpático e corajoso não perdia nenhuma oportunidade para marcar pontos dentro da sala de baile.
Assim, todos dispostos, começou o baile logo com o soar do arco do violino, fincado na tradição de Talaia Baixo, musica folclórica do Fogo.
Rosilda, que estava a dançar com seu apaixonado não prestava muita atenção no Djonzinho, porque a família não gostava muito daquela raça.
Djonzinho, muito atento na segunda peça de baile estendeu a mão logo e de seguida convidou a Rosilda para dançar a morna "madrugada".
Num total silêncio, só ouvindo o solo de violino e compasso do violão em harmonia com o do cavaquinho, eis que a Rosilda, quase dormindo no peito do Djonzinho deixa escapar um enorme peido, coisa que o povo, dado à sua cultura, vê imediatamente como algo de maior desprezo e vergonha. Rosilda, desesperada, quase desmaiou-se de susto e vergonha. Risos e gozação começaram sem parar... Djonzinho, rapaz simpático e humorista assumiu logo de imediato que foi ele quem deu o peido. De moral bem alto, pôs a Rosilda atrás dele e começou a enfrentar a sala.
Acalmado que foi a situação a Rosilda dançou somente com ele até a festa terminar.
Com o amor bem encaminhado e a família sem força para evitar a tão poderosa paixão da Rosilda resolveram casar-se depois de seis meses.
Anos depois tiveram dois filhos, sendo um rapaz e outra menina. O rapaz foi apelidado de Djonzinho júnior e a menina de Rosilda Júnior.
Percorridos que foram os anos de casamento o amor entre eles começaram a deminuir-se, dado a velhice e doença do Djonzinho. Ele padecia de diarreia, que encomodava bastante a Rosilda. Chateada com o estado doentio do marido disse-lhe, um certo dia, que ja não aguentava tanta amansada.
Num tom de desavença ameaçou abandona-lo e deixa-lo no cuidado dos seus familiares, porque não aturava mais.
Djonzinho, muito doente e triste disse-lhe: Ah Rosilda! Peido nos juntou e diarreia nos separa! Ouvido o desabafo do marido, Rosilda murmurou pensativamente e com lágrimas nos olhos ajoelhou-se frente à cama, prometendo-lhe: cuidarei de ti, meu amor, nas horas de alegria e de tristeza, na saúde e na doença; perdoai-me pelas palavras e atitudes ingratas que tive. Amo-te!
Terminada sua promessa, levantou e abraçou-o como se fosse o primeiro dia daquele baile.
Napoleão Vieira de Andrade

sexta-feira, 30 de março de 2012

PENSAMENTO INCOMODO(?)




Du ta nece, dipos gatinha, prende tchuma papa i mama, socializa na nos ambiente ta aprende nomes de cusas que ta rodia-nu i comunica na dimensao de informacao que du/nu recebe atraves de constactacao pessoal i de pessoas na universo de criolo.
Mas tarde, pa razao de ascende a um nivel de aprendizagem cientifico du ta utiliza outro lingua ( portugues) pa du/nu aprende ciencia e tecnologia.
Criolo ta fica ta obi portugues ta explica i devagar el ta bai ta raciocina conceitos i, sempre cu atrofiamento, ta aprende novos cusas.
Hoje criolo quere liberta, i que sta dreto mee, pel organiza estruturalmente como lingua, capaz de transmiti SABER.
Mas pergunta que du/nu ta faze e seguinte: El sta preparado pel transmite conhecimento ou el tem que ter como auxilio portugues?

Criolo bai scola djunto cu me, i dento me, el aprende portugues pel pode tem conhecimento cientifico de mundo. Dipos del prende portugues i conhecimento el sai de scola ta pensa mundo de ciencia em criolo i ta pensa a partir de portugues tchiga mas pra la...talves pega na frances, ingles, alemao, russo, etc pel tchiga mas pra la, mas sempre cu sentido na screbel i papial amanha na lingua de terra.

Brockton, 30 de Marco de 2012

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

MINISTRU MARIO LUCIO DIMARKA MA ALUPEC E UN PORCARIA

Ministru Mário Lúcio dimarka di afirmason ma ALUPEC e un porkaria www.forcv.com

Éra pa vólta di 12H50 minutu, di oxi, dia 2 di novénbru, kantu N obi nha tilifóni ta txoma. N atende y linha kai. Novu tentativa, linha torna kai. Na tirseru tentativa, N obi vós di Ministru Mário Lúcio.
El fla-m ma a el sta na París y ma el krê dimarka di afirmason ki ta fla, ma el fla, ma «ALUPEC é un porkaria». Pa el, es afirmason é ignóbil y el sta karagadu di inverdadis. El lenbra-m di ruspetu ki el ten pa tudu kenha ki dja trabadja y sa ta trabadja pa valorizason di nos língua, mesmu óki el ka ta konkorda ku konkluzons di es studu. El lenbra-m, inda, di un enkontru kordial ku mi, na altura ki mi éra ministru di Kultura, y di ruspetu ki N manifesta pa un propósta di skrita di-sel, mesmu sen sta di akordu ku el.
Asi, dja ka ten sentidu nha disponibilidaddidadi di dibati prublemátika di ALUPEC ser ô nãu «porkaria» ku sinhor ministru Máriu Lúcio, na kontestu ki dibati foi anunsiadu. Entritantu, N ta kontinua disponível pa dibati ku sinhor ministru Máriu Lúcio ô ku kualker kabuverdianu ki ta difende virtualidadis di alfabétu di bazi etimolójiku, diferenti di ALUPEC ki é un mudélu di bazi fonolójiku. Kondisons pa es dibati: ten ki ser un akadémiku kabuverdianu, ku formason na ária di linguístika, ô anton ki ten konhisimentus liguístiku y ki dja da próva através di ensinu, di divulgason, di invistigason ô di publikason di óbras na kanpu di kriolístika. Kondison inda é pa dibati ser fetu ku ruspetu, ku urbanidadi, ku siénsia y konsiénsia, ku amor pa nos Téra y pa nos povu.

CU ES TEXTO LI COLOCADO NA FACEBOOK ( BINOKULU PULITIKU) DESPERTA UM GRANDE DEBATE DE CRIOLO

NAPOLEAO VIEIRA DE ANDRADE : A mim perde noção di Significado i significante, quando a mim odja palavra OXI.
Forti afronta nha guentis.
O Manuel Veiga não quer debater com os " crioulos de fora", onde foi investigar e/ou buscar as raízes, porque são cegos/ iletrados, mas sabem falar o crioulo, aliás foram eles quem deram ao Dr. Manuel Veiga a matéria-prima.
Arrogância e vaidades são coisas que cedo ou tarde atropelam os incautos da cultura.
ANTONIO ALTE PINHO : Foram os "crioulos de fora" que me fizeram sentir o prenúncio desta paixão por Cabo Verde, que fez de mim morador desta terra. E foi com eles que comecei a perceber a riqueza dos crioulos que por aqui se falam (assim mesmo, no plural!).
MANUEL VEIGA :Caro Napoleão,

Não sei porque é que a palavra «oxi» lhe causa tanto engulho. Em Santiago, ela é corrente. Sei que em Barlavento se diz, também «aoje». Eu podia predispor-me a debater consigo, mas se nem sequer tem conhecimento da existência da palavra «oxi», o nosso debate não vai levar a lugar nenhum. Mas se me der provas que tem conhecimento em matéria de linguística e de crioulística caboverdiana, terei o maior gosto em debater consigo ou com qualuer outro interessado, nas ilhas ou na diáspora. Costuma-se dizer que quem sabe deve ter direito à palavra. O resto da conclusão deixo para o senhor tirar. Por favor, não me atribua o que não disse, nem escrevi. Eu desafio-o a provar que recusei-me a discutir com os caboverdianos da diáspora?
Poderá, eventualmente, dizer que também não me conhece. Porém, as nove obras que publiquei são do domínio púplico e estranharia que um homem que se acha tão informado, como o senhor, não as conhece.

MANUEL VEIGA : Gostaria de lhe propor que a nossa troca de mimos passasse a ser em língua caboverdiana, sem insultos e sem baixairia, poque presumo que somos duas pessoas civilizadas.

NAPOLEAOVIEIRA DE ANDRADE : Caro senhor Dr. Manuel Veiga que, segundo sua apresentação na FORCV é " Linguísta y Kordenador di Mestradu di Kriolístika y Língua Kabuverdianu na Universidadi di Kabu Verdi. E foi tambe Ministru di Kultura di KV".
De acordo à semântica, sentido do significado e significante da palavra, conhecemos HOJE, HOJI e até no ALUPEC " OJI e não "OXI".
Por isso, somos de acordo com o princípio da regra etimológica que cuida das origens das palavras, onde as mudanças se processam com cuidados e sem estruturalismo profundo.
Sinceramente que não entendo e nem conheço a palavra " OXI".
Por que sua amistosa e respeitosa intervenção requer cuidados e argumentos mais aprofundados, responderei mais logo as questões que ficaram por responder.
Respeitosamente,
Napoleão Vieira de Andrade.

ADRIANO ANDRADE MORENO : SR Napoleao Vieira de Andrade, kusé k nho tem kontra badiu di fora? kontra criolo? anhó é kusé?

NAPOLEAO VIEIRA DE ANDRADE : Caro amigo Adriano Andrade Moreno. Se nho repara na nha comentario n ta valoriza Badio de fora. E la que Manuel Veiga bai toma materia prima. Nho du/nu bai nas calmas. Abraco fraterno.

NAPOLEAO VIEIRA DE ANDRADE : Nu sta de acordo, senhor Manuel Veiga. Nu papia na criolo que lingua de nos cabo-verdiano. Abraco fraterno
ADRIANO ANDRADE MORENO : Sr Napoleao Vieira de Andrade Nhu disculpam pa nha mau intendimento! Ami é badiu di fora. Abraço!

SAMILO MOREIRA :Caro Manuel Veiga. Eu apoio a uniformização da Língua Crioula, embora consciente que essa uniformização requer um esforço tremendo. O senhor já explicou e bem por diversas vezes as vantagens, por isso não vou repeti-los. Claro que esta questão tem de ser discutido, explicado e estudado profundamente - saber o valor total dos custos económicos - e posteriormente fazer um referendo a nível nacional para evitar equívocos e essa tentação de que "guentis di de Santiago" querem impor a sua língua.Não existem varias línguas em Cabo-verde, existem é muitas variantes.Penso que o erro das pessoas que são contra essa uniformização prende-se com o facto de só verem um sentido - a suposta imposição do "Crioulo-badio". O Alupec não é prioritariamente para a nossa geração, é para as gerações futuras.Não devemos limitamos só ao presente.Quando a Itália se tornou independente, só 3% da população falava italiano.Em França em 1870 só 30% da população falava francês.No império Habsburgo se falavam 18 línguas, e a maioria delas recentemente criada por gramáticos e especialistas.Hoje todos esses países tem uma língua uniforme e comum em toda a população.

NAPOLEAO VIEIRA DE ANDRADE : Problema fundamental é não aceitar a corrente etimológica, cujos escritos vem desde pré -claridade, claridade até aos dias de hoje.
Escreve-se tão bem na versão etimológica e, mais do que escrever, damos o valor consistente da continuidade histórica e cultural da nossa literatura.
Mas quem tem a ultima palavra é o povo.
Abraço fraterno.
ADRIANO ANDRADE MORENO: ‎"Kondisons pa es dibati: ten ki ser un akadémiku kabuverdianu, ku formason na ária di linguístika, ô anton ki ten konhisimentus liguístiku y ki dja da próva através di ensinu, di divulgason, di invistigason ô di publikason di óbras na kanpu di kriolístika." kês ôtus kauverdianus bai toca lata. Ah nha guenti!!!!!!!!! Triste gó!!!!!!!!!

NAPOLEAO V. ANDRADE: Rssrsrsr...Bali Adriano Andrade Moreno...humor tambe e bom pa ambiente. Fica dreto

ADRIANO A. MORENO: É triste modi ki stribadu na nos especialidade nu ta apudera di conhecimento e nu ta squeci ma nu ka sta mandatadu pa ninguém pa dicidi distinu di kauverdianu. Mas di ki nunca, n ta atxa ma “criolo”, de santiagu ou nau, debi ser um língua oficial, mas limita debate só pa “académicos” e pocu mas, é fazi pocu di povu di ês ilhas ki dja sta farto di “ka foi si ki n fla” di kenha ki tem responsabilidade na ês terra. Es kusa sa ta fazi scola! basta!!!!!!!!
ALBERTINO S. NASCIMENTO: Meu caro Napoleão Vieira de Andrade,vejo que da parte que me toca vou para a "cidade dos pés juntos" sem saber nada desse crioulo,rsrsrsrs!!!!Imagine só para participar num debate,i.e.discutir se essa lingua é ou não aquela que eu falo deste que eu nasci,tenho de ter conhecimentos em linguistica e crioulistica cabo-verdiana!!!???

MANUEL VEIGA: Tantu «oxi» komu «oji» ben di palavra «hoje». Tudu dôs oríjen é etimolójiku. Sinplismenti, «oxi» é más mezoletal y «oji» é más akroletal. Más: N krê fla sinhor Napoleão ma aprizentason di nha kabésa na FORCV é di responsabilidadi di FORCV. Ka foi mi ki pidi-s pa koloka. Mi N ka kóntra skrita di bazi etimolójiku. Sinplismenti, frajilidadi di skrita di bazi etimolójiku sta na falta di sistematisidadi y di ekononomia. Ta kontise ki ekonomia, sistematisidadi y funsionalidadi ta fase parti di virtudis di skrita di bazi fonolójiku. N ta kridita ma, a nível di aseitabilidadi sosial, skrita di bazi etimolójiku, na es momentu, sta ku más forsa. Nha papel é sinplismenti di mostra vantájen y disvantájen di es dôs mudélu di skrita. Disizon final é di konpiténsia di ken ki ten lijitimidadi di disidi.

TONI PIRES: Ka nu poi lenha na un fogera ki ka ten lumi. Ka nu poi na bóka di kel otu kel ki el ka fla. Ka nu kre fase txakota di kusa sériu.
Karu Napulion, amí e di Santanton, i N ta skebe senpri oxi, pamódi N ta atxal mas bunitu, mas sabi, mas sonoru ki "0ji", ki tanbe ta fladu. Na verdadi kriolu ki MV ta skebe oxi, ta merese txeu kritika, ma nou pa kel ladu la. Pesualmenti N ta dimarka di kes aspétu strutural i funétiku di Purtuges ki el sa ta fase kiston na mete na kriolu, kontrari di tudu kel ki ael i tudu otu linguista ki N konxe ta difendeba o ta difendi pa fiksason i afirmason di un lingua na kondison atual di kel di nos.
Kriolu e un lingua riku i mudérnu, kusa ki ta dal vantaji konpititivu pa el afirma na xadres di lingua ki nos gentis ta uza. Ma si nu biral un spésia di purtuges mal papiadu el ta frakise, el ta orfá, ti ki el ta kaba na nada. Ka meste, na es kazu li ser linguista i nen un grandi ozerbador, pa nu sabe ma kriolu sta na se réta final si nu asumi es dinámika forsadu - ku bazi na un situason di opreson, skluzon, diskriminason, ditadura linguistiku - komu un ivoluson natural, kusa ki e mintira.
Pesualmenti amí e fan di 3 obra di veiga: Odju d'águ, diskrison strutural di lingua kabuverdianu i un intrivista ki el da Michel Laban na "um encontro com escritores Caboverdianos" .

ALBERTINO S. NASCIMENTO: Sr.Tony Pires,sendo de Santo Antão,gostaria de saber,se quando expressa em crioulo no dia-a-dia,se o faz da mesma forma como acabou de redigir o seu post?Cpts.

TONI PIRES: Nhu Albertino Santos Nascimento, Amí e riba di tudu, Un afikanu di Kabuverdi, tb di Santaton. N ten dos maneta di Papia i di Skrebe Lingua Kabuverdianu:
1- N ta papia i N ta skebe, o ku bazi na varianti di Santanton/Sanbisenti o Ku bazi Na varianti di Santiagu, ke kes 3 ki N ta konxe midjor. Ku bazi pamódi Ora ki N ta uza kalker des, N ta poi sen konplékisu tudu kel ki N sabe di Djar Santanton ti Djar Braba.
Purtantu N papia kriolu di Kabuverdi dakordu ku kel ki N ta konxe. N ta xinti na kasa na tudu kantu di kabuverdi. Si nhu kre ntenden midjor nhu bizita www.xatiadusi.com, ki sta un bokadu paradu.
Txiga Xatiadu Si www.xatiadusi.com
Patéta, ku brasu maradu, mundu interu sa ta sisti na kamaróti, nun atu di kobard...Ver mais

Toni Pires mas so un kuriozidadi, N ta papia mas ku bazi na barlavéntu ma N ta skebe mutu mas ku bazi na santiagu

ADRIANO A. MORENO: ‎Toni Pires, dja bu dura na praia, eh normal! Abraco.

ALBERTINO S. NASCIMENTO: Sr. Tony Pires,não sei qual é o seu grau academico,mas vejo que domina e bem as variantes do crioulo,os meus parabéns!A minha pergunta tem a ver com o dia-a-dia,sendo de Santo Antão o normal é utilizar a sua lingua para se comunicar,ou acha o crioulo de santiago mais facil para o fazer?

TONI PIRES: n e un keston de mas fasil o non. Mi N ta morá diazá na Praia, i pa dzebe verdade, Mi e dode na Variante de Santiage i de Santonton. Na matéria de fala N ta kreditá ma pa mi e mas fasil uza kes variante de barlavente ja k'nha korda vokal ta moldode na ses son. Na matéria de skrita, N ta mas treinóde na uzá variante de santiage, k'intretante N ta uza irikside ke palavra, spreson e prope algun strutura de kes ote ília, prisipalmente de santonton e ta fassinam mas.

ADRIANO A. MORENO : Toni Pires, kal ke é prubulema si nu ta intendi kumpanhero na tudo varianti?

TONI PIRES: Ninhun prubulema. Ami N kultiva tudu kes ki n gosta o ki N pode, sen pretenson di inpoi ningen nada. Es muzaiku di varianti e rikeza di nos lingua, purisu N ta tenta rikisi nha konbersu na tudu varianti
NAPOLEAO VIEIRA DE ANDRADE: PARTE I

Pamode que Oxi ca tem origem na palavra Hoje/ Hoji/Oji ?

Exemplo: se nu screbe palavra Hoje / Hoji / Oji que e SIGNIFICANTE tudo cabo-verdiano ta le i automaticamente entende e/ou tem ideia de conteúdo de palavra scrito que e SIGNIFICADO.

Mas se no screbe palavra " Oxi " no ta le, mas nu ca tem noção de conteúdo.

E basta nu fase um experiencia: Se nu encontra palavra " Oxi " escrito isoladamente num quadro nenhum cabo-verdiano ca sabe cuze, a não ser se próprio criador i ses condiscípulos.

Mas se nu screbe num quadro palavra Hoje / Hoji / Oji tudo cabo-verdiano tem noção de cuza que sta scrito, porque el conche se significado.

VERSAO EM PORTUGUES

Porquê que a palavra Oxi não tem origem na palavra Hoje / Hoji / Oji ?

Exemplo: Se escrevermos a palavra Hoje / Hoji / Oji que é SIGNIFICANTE todo cabo-verdiano lerá automaticamente e entenderá a ideia/conteúdo da palavra - SIGNIFICADO.

Mas se escrevermos a palavra ' Oxi" lemos, mas não temos a noção do conteúdo

É basta fazermos a experiencia: Se encontrarmos a palavra " Oxi " escrita isoladamente num quadro nenhum cabo-verdiano sabe o quê, a não ser o seu criador e seus condiscípulos.

Mas se escrevermos a palavra Hoje / Hoji / Oji que é SIGNIFICANTE todo cabo-verdiano tem a noção do que está escrito, porque conhece o significado.

ADRIANO A. MORENO: Oh Napoleao Vieira de Andrade, pelo amor di Deus,
Bu sta apurtugesa kusa! N ta atxa ma prubulema ka keli
NAPOLEAO V. ANDRADE: Caro amigo fla qual que problema. Fla, pamode n ca ta consigui entende ' Oxi " isoladamente. Apesar de que nu sta perante um turma de ALUPEC nu cre debate sereno i cu argumentacao. Abraco fraterno patricios.
Antes de entraba na PARTE II de nós debate n ta gostaba pa senhor Manuel Veiga explicaba nós manera que ta screbedo palavra OXIGENIO i manera que du/nu ta pronuncia-l. Já que ALUPEC tem como principio na se escrita " economia de letras " n ta spera ma ca ta ser dês forma li: OKSIJENIU.
Abraço fraterno.

ABEL DJASSIAbel Djassi ‎Napoleao Vieira de Andrade: dja bu odja ma AK (ex-alup) e logiku i di fasil predison: mesmo alguen ki kontra el i ki ka sta presta atenson a el ta konsigi falsilmenti konstrui palavras (obs: ekonomia e un di kes vantajis, ma no se vantaji nesesariu i sufisienti--ten otus vantajis tambe)
NAPOLEAO V. ANDRADE: Abel Djassi na palavra ' OKISIJENIU ou OKSIJENIU ca STA economia di letras, mas sim esbanjamento, certo? Portanto ALUPEC ca tem coerência i nem lógica nes campo li.
Fica dreto.

ABEL DJASSI: Napoleao Vieira de Andrade: nu ki respeta lei di ekonomia oksijeniu podi mutu ben ka pasa, mas sima N flou e ka so ekonomia di palavra ki ta vivi AK. Li sin o ki sta en jogu e ekonomia un fonema un grafema (o digrafu nes kazu conkretu). E ekonomia di memorizason, di logika i simplikason (toma kazu di portugues komu izemplu, lembra ma kel son [ks] e reprezentadu senpri pa /x/; mas /x/ e ka senpri [ks])

ABEL DJASSI: ekonomia di palavras , sima ditu antis, e ka ninhum primus inter paris entri vantajis di AK

NAPOLEAO VIEIRA ANDRADE: Ok, Abel Djassi. Mas importante e obi versão de senhor Dr. Manuel Veiga, desde nha questão na PARTE I.
Abraço fraterno.

MANUEL VEIGA: Sinhor Napoleão!

Ka nu ben perde ténpu di kunpanheru. Nhu prizenta-m un lista di tudu frajilidadi ki nhu ta pensa ma ten na ALUPEC. Na nha raspósta, N ta ben da-nho tudu virtualidadis di ALUPEC, tudu frajilidadi di alfabétu di bazi etimolójiku, mas tanbe u-ki N ta konsidera puzitivu na mudélu etimolójiku. N ka ta skese tanbe di aponta u-ki N ta atxa ma é frajilidadi di ALUPEC. Nhu debe sabe ma é ka izisténsia di un létra a-más ki ta fase un mudélu di alfabétu ser poku ekonómiku, sima tanbe é ka izisténsia di un létra a-ménus ki ta fase-l muitu ekonómiku. Nu ten ki odja sistéma na si totalidadi. Nu ten ki sabe inda, ma ka ten ninhum mudélu di alfabétu perfetu. Sima dja nhu sabe, dja ten un studu sistematizadu sobri ALUPEC, kel di Grupu di Padronizason, publikadu pa IIPC, na 2006, ku títulu di «Propostas de Bases do Alfabbeto Unificado para a Escrita do Cabo-verdiano».
N ta dizafia sinhor Napoleão pa skrebe un stutu sistematizadu di bazis di alfabétu etimolójiku pa língua Kabuverdianu. Ô, nton, pa aprizenta-m un úniku studu sistematizadu di bazis di alfabétu etimolójiku pa língua kabuverdianu. Si es studu-li ten, pamodi ki é diferenti skrita paratikadu pa: Francisco Adolfo Coelho (1880), Napoleão Ferandes (1920...), Eugénio Tavares (1932....), Pedro Cardoso (1933...), skritoris di «Claridade» y di «pós-Caridade» (1936...)...
Kal ki ta sirbi-nu di mudélu?
Obs:Undi sta skritu «paratikadu» é pa lé «pratikadu».

NAPOLEAO V ANDRADE: N tem tcheu ruspeto pa Dr. Manuel Veiga i es ruspeto ta torna cada bes mas forte ora que nu entende ma nu sta perante um debate i não perante um apresentação de projectos.
Contudo, na nha possibilidade como pessoa interessado, nu ta esforça num futuro próximo apresenta alguns ideias.
Mas tendo em conta ma nu sta perante um debate nu queria explicação de questão colacado.
Nu ca pode desvia atenção de um debate pa apresentação imediato de um projecto.
Na PARTE I nu coloca questão pamode nu ca ta considera " Oxi " como palavra de origem " Hoje ".
Nu papia na questão de Oxigénio i forma de se escrita na ALUPEC, perante questão de economia de letras na formação de palavras.
Portanto, tudo es cusa li ta merece debate publico, ja que es questão " criolo" e um problema nacional.
Abraço fraterno.

VICTOR B. MONTEIRO: SIMA BU TA FALA É SI KI BU DEBI SKREBI!! UZANDO TUDO LETRA KI TEM. CRIOLU, KRIOLU, KRIOL É LINGUA MAS CIMPLIS KI TEM. Ka mesti nhe nhe nhe, nos tudo ta ntendi kuze ki kelotu kre fla. ;)

SILVIA CUNHA: Kryoulu...
TONI PIRES: Karu napulion, diskurpam mete na bu dibati, ma bus dos pergunta ka ten fundaméntu, o pézu sufisienti pa kumesa un dibati, Es e sinplista, sima kes di gentis ki ta pergunta módi ji ta skrebedu "VITAMINA C" na alfabetu kabuverdianu. Parsem ma nu debe le mas txeu dokumentu di AK, pa nu pode fase un dikusan ki ta tarse biada pa tudu algen.

NAPOLEAO V. ANDRADE: ‎Toni Pires explica pamode el ca tem fundamento. Explica, amigo.

TONI PIRES: Talbes fundamentu e ka palavra mas sértu. Ma rapara un kusa:
1- E ividenti pa kalker un ma oxi ta ben di "Hoje", pelumenus pa kenhe ki konxe nos lingua i tanbe lingua di Purtugal. El pode te ka ben di "hoje" ma te algen prova kontrari kalker mininu ki dja ba skola, na kabuverdi ta flal sen tuntunhi.
2. Sima MV dja fla patras, e ka na nun palavra, i nen na un letra amas o amenus ki ta konfirma o nega un lei/régra.
Kusé ki N kre fla, ma AK ka sta izéntu di krítika, te pamodi inda el ten txeu kusa pa midjora, prisipalmenti na skrita di alguns varianti. Anton, nh sujeston e pa nu diskuti kes midjoria ki el sa ta meste, o anton nu mostra se frakéza global ki ta permitinu trokal pa otu mas midjor.
Kabuverdi, kabuverdianu, Kriolu, ten indipendénsia i liberdadi pa sigi kel kaminhu ki es kridita ser midjor pa es, nu debe liberta di tudu tipu di obrigatoriedadi "storikiku" i konstrui kel via ki nu kridita ma ta sibinu midjor. Kel abrasu!
NAPOLEAO V. ANDRADE: Purki exkrevemus kon ALUPEC naun signifika ki estamus a falar krioulu.
Tenhan kuidadus, karus sidadauns.
Kabu Verdi kontinua fiel kon us prinsipius di istoria i kultura dus nosus pioneirus di pré - klaridadi, klaridadi i aktuais siguidoris.
Mantenha na língua purtuguesa, mas exkritu en ALUPEC.

NB: Kontudu naun falei krioulu...pensen ben.

TONI PIRES: Karu Napuliaun, o senhor ten toda a razaun no ke akabou de dizer, kostumu eskrever asin kon kolegas portugezes. O alfabétu naun é uma lingua, mas sin un instrumentu para reprezentalu. Pois pensu que nenhun Alupekador ten esa iluzaun. Kel abrasu. U ke akabei tb de eskrever é a lingua portugeza, reprezentada kon u alfabétu kabuverdianu.

NAPOLEAO V. ANDRADE: Pur isu estamus konversadus. U nosu ABC reprizenta-nus ben. Fiki ben. Espeu justifikasaun do teu " Maestro ". Fugisti du isensial.

MANUEL VEIGA: Sinhor Napoleão,

Obrigadu pa ruspetu ki nhu ten pa mi. Mi tanbe, N ta ruspeta tudu algen, partikularmenti nha konpatriótas. É ki nha povu da-m três kusa mutu inportanti: el da-m un stória, un kultura y un língua. Pur isu, tudu ken ki ta fase parti di nha povu, mi é fan di el.
N sa ta odja ma sinhor Napoleão krê fase un dibati ki é más pergunta y raspósta. Relativamenti a «oxi», nha amigu Toni Pires dja rusponde. Na verdadi, tantu «oxi» komu «oji», es tudu dôs ten orijen na palavra «hoje». Létra «x» y «j» é mutu paresidu. Es ta distingi apénas pa un trasu pertinenti mínimu. «X é konsuanti konstritivu, palatal, surdu. Létra «j» é konsuanti konstritivu, palatal sonoru. Apénas es ta distigi di kunpanheru, un pa trasu surdu, kelotu pa sonoru. Sinplismenti, «oxi» é más mezoletal y «oji» é más akroletal.
Na post siginti N ta toma kiston di «oxigénio», na kriolu.
NAPOLEAO V. ANDRADE: Cu ruspeto, i também por causa de um fundamento puramente estruturalista , n ca ta aceita es processo estrutural. Se sem " h " e meio complicado, mais ainda quando nu elimina " j " pa introduzi " x", produzindo " Oxi".
Contudo, n ta aprecia es forma profundo de entra na parte técnica pa traze determinado argumento, sem cre argumenta exemplo que mim demonstra.
Depôs n ta entra na PARTE II.

MANUEL VEIGA: Na kriolu, «oxigénio» pode realiza di dôs manera, enkuantu el ka ser obijétu di padonizason. El pode realiza «osijéniu», un realizason baziletal. El pode realiza «okisijéniu», na realizason mezoletal y akroletal.
Palavra «okisijéniu» ta parse ménus ekonómiku ki «oxigénio», na un análizi pontual. Entritantu, dému pa konparason, óki nu analiza létra «x» na skrita di bazi etimolójiku, nu ta verifika ma un mésmu sínbulu «x» ten kuatu valor: di «ks» na palavra «oxigénio», di «x», na palavra «lixo», di «z» na palavra «exame», di «s» na palavra «trouxe».
Na alfabeto di bazi fonolójiku, «x» ta raprizenta apénas son «x».
Napoleão fla-m, onestamenti, si na es partikular-li, alfabétu fonolójiku, undi, jeralmenti, nu ta skrebe sima nu ta pronúnsia, é ô nãu, más ekonómiku?

NAPOLEAO V. ANDRADE: Sim, na área fonológico nhos tem de forma geral alguns economia...mas de vez enquanto ta parce incoerência enorme nalguns palavras.
Pa mi palavra " Hoje / hoji / oji que ta representa cabo-verdianos de S. Antão a Brava. Du/nu ca debe leba cabo-verdianos para variantes de nós rubera ou cutelo, quando visão nacional ta pide padronização de consenso.
Progresso de crioulo e se dinâmica sta na grandes centro de cidades de Cabo Verde i e ca fácil de-l ser amarrado.
Recolha, pesquisa, sistematização e importante, porque tudo rubera i cutelo ta participa intensamente na valorização de se cultura.
Como cabo-verdiano nós tudo, ilha a ilha debe defende se raiz.
ABEL DJASSI: Mas Napoleao Vieira de Andrade sima bu ka ta aseita "oxi" pamodi ki bu ta aseta "du"?

NAPOLEAO V. ANDRADE: Spia ma du/nu ta bem sempre djunto ou ta bem so nu....Bro nho STA so ta firim...rsrsr... Nho preta homi grande, mode!! Abraço fraterno.

ABEL DJASSI: Ka mutu entendi ultimu parti, Napoleao Vieira de Andrade -

NAPOLEAO V. ANDRADE: Spia ma du/nu ta bem sempre djunto ou ta bem so nu....Manu nho sta so ta firim...rsrsr... Nho perta homi grande( Manuel Veiga), mode!! Abraço fraterno

NB: Foi brincadeira contigo.
E urgente pa Cabo Verde, sobretudo defensores de escrita etimológica, reuni i apresenta um proposta, antes que problema torna mais grave.
N ta aprecia es forma cortês de Dr. Manuel Veiga nes grande esclarecimento de linha que el ta defende. E mesmo assim, nu tem que apresenta proposta de escrita etimológica, pamode letras cai tcheu i e cu letras que du/nu ta escrebe nos língua

OBS: ALUPEC dja tra " C " djel ilimina " J" na alguns palavras i daqui algum tempo cusas ta complica.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O FEDERALISMO SERIA UMA FORMA DE GOVERNO IDEAL PARA CABO-VERDE?


A tendência de desarmonia e desequilíbrio no desenvolvimento entre as ilhas são sentidas como manipulação regionalista, coberto de influências maioritárias nos projectos e programas destinados às ilhas que usufruem de sensibilidades que lutam pelo investimento regional dentro de determinados governos. Por isso, Cabo-verde precisa pensar com alguma brevidade sobre a regionalização e/ou desconcentração de poderes por forma a evitar percepção de população prioritária e previlegiadas e outras não, de cidades na ordem do dia e outras não, de ilhas preferidas e outras não
Baseando na dimensão territorial, na divisão geográfica nacional em dois grupos – o de Barlavento e o de Sotavento -, na criação de vários municípios e na peculiaridade cultural, económica e social, deve-se dizer que algumas actualizações constitucionais são precisas para que a autonomia do poder politico regional vincule como estrutura do governo dentro do estado de Cabo-Verde.

A tendência de desarmonia e desequilíbrio no desenvolvimento entre as ilhas são sentidas como manipulação regionalista, coberto de influências maioritárias nos projectos e programas destinados às ilhas que usufruem de sensibilidades que lutam pelo investimento regional dentro de determinados governos. Por isso, Cabo-verde precisa pensar com alguma brevidade sobre a regionalização e/ou desconcentração de poderes por forma a evitar percepção de população prioritária e previlegiadas e outras não, de cidades na ordem do dia e outras não, de ilhas preferidas e outras não.

Federalismo é uma forma de governo baseado num certo modo de distribuir e exercer o poder politico numa sociedade, sobre um determinado território, que resulta da necessidade de preservar a diversidade de culturas ou constatação das origens diferenciadas (língua, música, tradições económicas, sociais, etc.), necessitando, portanto, de um estatuto que garanta a sua autonomia local.

Não é pacífica, na doutrina, a classificação das formas do Estado. A tradicional classificação entre as formas de Estado faz a divisão entre o Estado Unitário e o Estado Federal. O Estado Unitário se caracteriza pela centralização do poder politico-administrativo em único centro de poder produtor de decisões. Já o Estado Federal, por sua vez, é definido como a união de estados ou regiões autónomas previstas na constituição em que estas possuem autonomias e participação politica. Esta forma de Estado pressupõe a consagração de certas normas constitucionais para a sua configuração e para a manutenção da sua indissolubilidade.

Cabo-Verde, como arquipélago, apresentando sempre sua descontinuidade territorial, acaba-se por fazer das ilhas um estado em miniatura e/ou dos Grupos Barlavento e Sotavento, tendo na sua essência seus valores peculiares que não devem ser destruídos pela força da maioria. A cultura não deve ser subjugada pela maioria, mas sim preservada como um valor de um povo/ilha ou região, na perspectiva de que seu valor em conjunto com as restantes ilhas faça crescer o Estado que queremos construir.

A tendência de nacionalizar o crioulo de Santiago e a forma como tem sido trabalhado merece cuidado perante a identidade de cada ilha. Alguns investimentos concentrados em algumas ilhas e o abondono de outras chama atenção aos cidadãos atentos sobre o direito que usufrui perante um estado democrático.

A democracia será bem entendida, quando a defesa dos valores culturais, sociais, políticos e económicos não sejam esmagados em favor da maioria, dando possibilidade a autonomia, uma das formas de aproximar a democracia e o poder de decisão mais perto da população, única e responsável pelo seu êxito ou fracasso, sem se perder o sentido da união nacional, elemento fundamental para a grandeza dos nossos valores, uma vez que seremos reconhecidos como cabo-verdianos só quando o valor cultural, económico, politico e geográfico se manifestem como resultado da diversidade na unidade nacional.

Continua...

Napoleão Vieira Andrade, Pedagogo

domingo, 17 de outubro de 2010

PAICV - CONDUTOR DA MUDANCA


Paicv tem sido autêntico veículo da mudança ao longo de todo percurso político de Cabo Verde.
A história política demonstra que as atitudes políticas que motivaram as mudanças desde o estado colonial até ao estado de direito democrático foram conduzidas pelo PAICV.
As mudanças começaram com atitudes corajosas de cabo-verdianos que abraçaram os desafios da luta pela independência, passando pela construção do estado livre e soberano, ate as profundas mudanças do pluralismo político, que culminou com a criação de vários partidos políticos em Cabo Verde.
Estrela Negra, como condutor da mudança, soube fazer e passar as mudanças no tempo e lugar certos. Não hesitou, mesmo no momento que foi oposição, porque soube entender o papel da construção do país.
A mudança de Cabo Verde teve um grande condutor que é o PAICV. Os condutores do PAICV souberam observar o código da estrada e fazer a manutenção do veículo nesta grande oficina, que é a sociedade cabo-verdiana.
Os condutores souberam cuidar dos seus veículos e levar a bom porto os passageiros, livrando os de acidentes e conflitos nacionais.
O MPD tem sido um camião acidentado, com condutores imprudentes, que passaram e continuam passando mudanças fora do tempo e em lugares desnecessários.
A prática destes acidentes estão na grande colisão, onde os condutores do MPD brigaram durante a viagem, dando acidente e molestando passageiros.
O MPD não é um condutor da mudança e nem sabe passar a mudança. Quebrou a caixa da velocidade do seu veículo (MPD).
Cabo Verde precisa de condutores experientes, capazes de garantir uma viagem tranquila aos cabo-verdianos nesta estrada de desenvolvimento.
Pois, tenhamos que manter os condutores experientes nas estradas do país, para que as crianças, jovens e velhos sonhem com o futuro risonho.
Estes condutores da desgraça, e imprudentes, que nos levam aos pesadelos do passado devem entregar suas cartas de condução e sentar-se no lugar de passageiro.
Cabo Verde fica mais seguro, e o povo agradece, se os condutores (MPD) que não sabem passar a mudança fiquem no lugar de passageiro.
Viva os condutores experientes de Cabo Verde!

Napoleão Vieira de Andrade

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

TCHUBA TCHOBE


Tchuba tchobe,

Ragato ca Tota

Grela de padja,

Que T obo pelada

Perde na ninho

Na tchulufo-tchulufo

De rabo de enxada

//

Tchom lapi,

Terra fica crintcha,

Raiz de pranta enterra mas fundo

Na corpo de terra

//

M-odja strela de bu odjo

Faze-m sinal d’amor,

Qanto grão de nha semente

Cai dento bu coba

//

Nha fé

É qu'ês sementera

Seja fruto fecundo

Pa traze amor e progresso

Pa tudo Cabo-verde


Napoleão Andrade

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ONDE ESTAVA O MPD NO DIA 31 DE AGOSTO?

Onde estava o MPD no dia 31 de Agosto? Onde? Para sermos francos, o MPD nunca liderou nenhuma situação política e social do país.

A própria mudança política foi obra do PAICV, que sob pressão interna e efeitos internacionais queria ver a mudança, mesmo perdendo o poder.

Depois da mudança, MPD demonstrou-se despreparada para governar o país. Houve conflitos de interesses irremediáveis que levou a cisão do mesmo em três forças políticas diferentes ( MPD, PCD e PRD).

Não queremos ver nova instabilidade política e social no Estado de Cabo Verde.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

RECENSEAMENTO NA DIASPORA

Com intuito de reforçar o esforço do governo e de alguns sinais de envolvimento da oposição no processo do recenseamento na diáspora, quer-se enaltecer a importância do recenseamento e o estrito cumprimento da lei tanto no território... nacional como na diáspora.

O recenseamento eleitoral é oficioso, obrigatório, permanente e único (art. 30 do código eleitoral).

Se no território nacional existem melhores condições para realização do recenseamento eleitoral, coloca-se, neste momento, o cumprimento da lei, face a obrigação do cidadão em fazer o recenseamento.

Na lei todo cidadão cabo-verdiano tem como obrigação fazer e/ou ser obrigado a recensear-se perante a lei nacional, que abarca o território nacional e a diáspora.

A inscrição no recenseamento eleitoral, conforme a lei eleitoral, tem caráter voluntaria só para os cidadãos estrangeiros e apátridas legalmente residentes em Cabo-verde (art. 68 do código eleitoral).
Nas comunidades cabo-verdianas espalhadas pelo mundo esta exigência de obrigatoriedade não tem sido colocada.

A complexidade da comunidade e bem como sua dupla nacionalidade obrigam ao governo de Cabo-verde a fazer algumas reflexões, quanto ao caracter da lei eleitoral.

Os partidos políticos devem envolver mais na sensibilização dos cidadãos cabo-verdianos e trabalhar mais aprofundadamente no processo do recenseamento eleitoral.

Os cidadãos cabo-verdianos que estão na diáspora, segundo dupla nacionalidade, tem duas opções chaves:

1. Recensear com passaporte cabo-verdiano, participar ativamente no processo político cabo-verdiano e manter seus documentos em dia para qualquer efeito administrativo no pais, onde tem património material e laços sanguíneos.

2. Porque opção da nacionalidade é uma tomada de posição, ate certo ponto politico, pode abdicar-se da nacionalidade cabo-verdiana, sabendo, também, das perdas de direito e regalias que a Constituição da Republica lhe aufere.

No nosso entender, achamos a dupla nacionalidade uma mais valia que todo cabo-verdiano deve usufruir, sem por em causa sua cabo-verdianidade.

O recenseamento eleitoral, por uma questão moral e política, deve atrair todo cabo-verdiano que ainda segue as pegadas dos nossos bisavôs.

Napoleão Vieira de Andrade

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A DEMOCRACIA, A INFORMAÇÃO E O SEGREDO DO ESTADO


Já la vão os tempos em que o país vivia a Era Colonial, com um regime bem diferente, endereçado em defesa de um outro povo e classe social bem identificada. Pois, naquela altura, não havia democracia, muito menos uma informação que facilitasse a estabelidade e credibilidade do sistema da República. Havia, sim, informantes, polícia política(ex-PIDE) e “Bufo” para remediar interesses da classe dominante.
Com a luta e conquista da independência a República de Cabo-verde sistematizou e regulou em forma de rigime, via Constituição, todo aparelho do estado, criando as bases de garantias e estabelidade no funcionamento integral de um país que emergia do nada.

Com a Democracia Revolucionária (regida de forma apertada e controlada, dado à mudança radical, isto é: de uma situação de guerra para a da paz) havia, por força da situação transaccional, adaptar-se ao estilo que melhor garantisse afirmação dos valores cabo-verdianos, até que nascesse novas condições sociais para mudanças politicas e paulatinas na sociedade.

A consciência politica e afirmação do Esdado de Cabo-verde mereciam nos primeiros dias da independência maiores cuidados e consolidação de uma mentalidade independente.

O Serviço da Informação do Estado estava durante a Democracia Revolucionária voltada à defesa de uma sociedade que ainda vivia sintomas de guerra nas suas mais diversificadas formas de realiza-la.

Defendeu o Estado, seus interesses estratégicos dentro dos parâmetros Constitucionais da época, conforme a definição política do poder.

Hoje não se deve apontar de forma irreflectida nenhum cidadão que cumpriu seu papel na conjuntura politica, porque assim era o dever da Constituição.

Após 15 anos de monopartidarismo e sob regime de Democracia Revolucionária as condições sociais e politicas começaram a surgir, até, que em 1990 deu-se as primeiras eleições multipartidárias.

A Democracia Pluralista criou melhores condições na sociedade cabo-verdiana, cidadãos sentiram-se mais livres e a Informação ganhou novo enquadramento Constitucional.

Em todo regime e em todo Estado a informação está condicionada pela politica do poder, sendo numa sociedade de direito democrático mais bem organizada e com maior transparência técnica.

Na democracia existe uma preocupação de generalizar informação e de pensar que todo cidadão tem que estar informado de tudo.

Para isso, deve-se informar e formar cidadão que nem toda informação circula na sociedade como noticia, tendo em conta níveis de classificação que deve regular nosso Serviço da Informação da República.

Devemos saber que Classificação de Informações variam de países para países, conforme seu grau de desenvolvimento tecno-cientifico, económico e poderio militar.
Se na classificação de informações tidas como Segredo Superior, onde sua divulgação generalizada podia por em risco a insegurança nacional, publicamente dispunivel, como interesses dos indivíduos, grupos, entidades comerciais, negócio do governo e interesses, ou a segurança da comunidade, aspectos operativos militares, fonte confidencial da informação, ferramentas para o recolhimento de investigação secreta, etc. não deve, em nenhum momento, perder de fio de responsabilidade que todo sistema de informação tem sua órbita de circulação e responsabilidade dentro de uma nação.
Uma nação informada, formada e esclarecida politicamente consegue entender bem as etapas dos regimes, bem como os valares da democracia no processo triunfante da nossa sociedade.

Por isso, pede-se responsabilidade politica aos partidos políticos nos seus discursos e acusações, quando são badaladas, muitas vezes, questões que joguem com a estabelidade política e imagem do Estado de Cabp-verde.
Continua...

Napoleão Vieira de Andrade
Emigrante

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A CULTURA DO FOGO A PARTIR DO UNIVERSO CABO-VERDIANO


Deus criou a natureza e o homem a partir dela criou a segunda natureza – civilização humana [spedjo d’alma]
Não seria justo escrever um artigo sem começar pela definição desse conceito, embora cada área de conhecimento humano conceba a cultura de forma diferente.
Se para agricultura o conceito é sinónimo de cultivo da terra, para ciências sociais é produção do saber (folclore, mitologia, costume); na sociologia é definida como toda aprendizagem de um determinado povo, baseada na sua identidade a partir do relativismo cultural, lei que define a não superioridade de culturas. Para filosofia, “ mãe de todas as ciências”, é uma manifestação humana, onde a partir da criação da natureza – Obra de Deus, surge a segunda natureza – civilização humana, como criação do homem.
Atendendo que a definição política, educativa e cultural é de competência das forças políticas no poder, ilha do Fogo deve, para além dessa fraca presença de investimento, bem como ausência de uma política activa para reconhecimento da Cidade de S. Filipe como um Património Mundial, criar organizações não governamentais (ONG’s) capazes de movimentar uma onda dinâmica, crítica e bem fundamentada para o restauro, conservação e divulgação da cultura da ilha.
Deve-se deixar, aqui, bem expresso que ao falar da Cultura está-se de certo modo a incluir a arte, como sendo um elemento integral e cultura como abrangência geral da vida de um povo.
Por isso, ao trazer a Cultura do Fogo como centro da questão, escolhe o universo da ilha como uma panela, onde se cozinha tudo que traz respeito ao foguense.
Neste universo peculiar, terra de poderosos feudos, se construiu a cidade de S. Filipe com característica metropolitana, mansões clássicas nas grandes propriedades e vilas, costumes e tradições que espelham a profunda diversidade religiosa, onde o catolicismo e protestantismo dividiram os fieis, com tradições, costumes e práticas agrícolas que fecundaram nas almas dos foguenses de forma singular, formando raízes extremamente fortes no pilar da cultura cabo-verdiana.
A Tradição Oral do Fogo como preservação da história, lendas, usos e costumes através da fala, deve ser promovida, sem deixar de ser consumida pela importação de outras ilhas.
A tradição oral é obra de iletradas, hoje, altamente valorizada por cientistas que investigam e pesquisam estes valiosos trabalhos.
No Fogo se encontra várias tradições orais e com vários actores populares inéditos. Nesta área se pode encontrar “ o Rafodjo, Carguticã, Coladera”, etc. com seus interpretes que ainda vivos esperam pela recolha, sistematização e divulgação desse valioso produto cultural.
No ensino, os professores da ilha, devem aprofundar este conteúdo,programatizando-a e fazer dessa obra um relato de arte dos tempos (i)memoráveis da nossa história.
O processo de aprendizagem conduz tanto o professor como o aluno a estudar um conto, recriando-o nas mais diferentes formas artísticas, possibilitando ao professor a possibilidade de achar e ordenar suas próprias imagens internas, configurando sua forma e significações essências, como via dele contar sua própria história, aprendendo-a, ensinando. Só através de conhecimento e, como aprendeu – contando sua própria história - sua prática pedagógica será fecunda.
O folclore foguense é riquíssimo e precisa de mais atenção neste Cabo-verde de morte e renascimento cultural.
Se Folclore é sinónimo da cultura popular, então, Djarfogo precisa representar e identificar-se socialmente neste universo cabo-verdiano com mais autoridade e identidade regional.
Não é compreensível que estudemos Bibina Cabral e esquecer de Tintina, Ana Corcopio e/ou tantas outras cantadeiras.
Os Contos do Fogo estão praticamente a perder porque não são escritos, gravados e tratados.
Qualquer sociedade preserva seu conto como uma das partes culturais. Para tratar desse aspecto temos que entender que ele tem fase de procedimento.
Primeiro – o conto tem uma fase oral, cujo inicio está ligado à vida dos primatas; pois, as histórias eram narradas oralmente, ate antes da escrita.
Hoje, ilha do Fogo, quase, vive uma época “pré-histórica”. Seus contos estão a perder e nem tem pessoas interessadas a regista-los.
Segundo – o conto deve ser registado para que a sociedade poça acompanhar de geração a geração os legados culturais, únicos veios de seguimento da nossa história.
Djarfogo precisa arrumar a ilha e edificar com verticalidade o orgulho que alimenta nossa alma.
Não existe orgulho fincado na desorganização e incompetência cultural.
Juntos, na diversidade de pensamento e unidos na elevação da bandeira cultural da ilha natal, construiremos um Djarfogo mais próspero e culturalmente mais rico.
Napoleão Vieira Andrade

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A LITERATURA DO FOGO NO UNIVERSO CABO-VERDIANO


É de toda conveniência, antes de qualquer desenvolvimento temático, apresentar o conceito do assunto e depois abarcar os aspectos gerais.
A palavra literatura é antiga, mas não tão como algumas das da arte. Mesmo depois do surgimento da escrita durou vários séculos para a literatura ganhar significado dentro da arte.

Em vários dicionários a literatura é definida como a arte de criar, recriar e dinamizar textos, de compor, estudar e investigar escritos artísticos; o exercício da eloquência e da poesia; o conjunto de produções literárias de um país, de uma civilização ou de uma época; a carreira das letras.

A palavra Literatura veio do latim “ litterae” que significa “letras”, e supostamente uma interpretação do grego “ grammatikee”. Para o latim, literatura é uma instrução e/ou um conjunto de saberes, representados pela técnica de escrever e ler bem, dentro do parâmetro gramatical, da retórica e da poética. De forma genérica é a arte e/ou oficio de escrever de forma artística. Pode o conceito da Literatura representar também um conjunto escolhido de textos e/ou corpo, como por exemplo: A literatura médica, a literatura francesa, literatura caboverdiana, etc.
Literatura pode ser definida como a arte de criar e recriar textos, de compor ou estudar escritos artísticos; o exercício da eloquência e da poesia; o conjunto de produções literárias de um país ou de uma época; a carreira das letras.
Mas, mais importante do que defenir conceito da Literatura, quiçá seja descobrir os procedimentos que tornam um texto, na macro compreensão, ser literário.
Nem todo texto é uma obra literária. Por isso, existem padrões para classificar e requesitos necessários para serem cumpridos.

A ideia da Literatura está intimamente ligada a estética – linhagem que requer procedimentos da beleza.

Um texto é literário quando consegue produzir um determinado efeito no receptor. Seja para o bem e/ou para o mal.

Por isso, sempre, tem-se o cuidado de alertar sobre textos artísticos e científicos, onde obejtivos são bem distintos.

Para muitos o conceito da literatura é vasta e depende de como vêem-na.
"A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio."

O entendimento literário ganhou expressão e “padronização” com o Iluminismo [que podemos chamar de "definição moderna clássica", que organiza e estabelece os pilares de periodização usadas na estruturação do preceito [cânone].

De qualquer modo, destas três fontes (a "clássica", a "romântica" e a "crítica") surgem conceitos de literatura, cuja pluralidade não impede de prosseguir a classificações de gênero e exposição de autores e obras.

Possivelmente a mais antiga das formas literárias, a poesia consiste no arranjo harmónico das palavras. Normalmente, um poema organiza-se em versos, caracterizados pela escolha precisa das palavras em função de seus valores semânticos [denotativos e, especialmente, conotativos] e sonoros. É possível a ocorrência da rima, bem como a construção em formas determinadas como o soneto e o haikai. Segundo características formais e temáticas, classificam-se diversos gêneros poéticos adotados pelos poetas.

Entrando concretamente na literatura cabo-verdeana podemos faseá-la em quadro partes a considerar, segundo nossa opinião pessoal:

1.Fase da Claridade (consciência nacionalista)
2.Fase do Dilema Nacional
3.Fase pós Independência
4.Fase do Pluralismo Politico (Era 90)

A grande fase da consciencialização dos homens da letra surgiu com a Claridade – movimento pró identidade cabo-verdiana e, da afirmação cultural dos povos das ilhas.

A Fase do Dilema Nacional aconteceu com a crise (fome 47 – evasão dos cabo-verdianos para S.Tome, Angola e restos do mundo, muitas vezes fugidos nos barcos para Grécia, Holanda, etc), criação do PAIGC e constantes incertezas nas classes dominantes (comerciantes proprietários) que condicionaram surgimentos do querer partir, mas ter que ficar e do querer ficar e ter que partir. Esta fase de difícil condição social, económica e politica do pais serviu para marcar o nacionalismo cabo-verdiano e diferenciar os propósitos da emigração, segundo as causas e objectivos.
O desejo de partir para voltar afortunado e com condições para ajudar o país e família; o desejo de partir para nunca mais voltar à terra da incerteza; o desejo de sair, mas sem nunca saltar o mar; o desejo de partir para nunca mais ver os “ pretos” a mandar, etc.
Tambem teve o desejo de ficar para cuidar da terra; o desejo de desafiar a natureza e transforma-la em lugar de amor, paz e prosperedidade.

A Fase da Independencia trouxe para a sociedade novo pensamento na literatura caboverdiana. Os escritores e poetas escreveram a liberdade com olhos postos no futuro.

Fase do Pluralismo Político (fins do ano 80 e principio do 90) a literatura cabo-verdiana ganhou novos contornos na concepção da liberdade e nas formas do pensamento cabo-verdiano. Várias obras de escritores cabo-verdianos criticaram o regime e formaram novas opiniões na construção da democracia cabo-verdiana.

Partindo de um universo nacional para a ilha e/ou região do Fogo pode-se notar que grandes obras foram escritas, mas sem aquela divulgação necessária, segundo os interesses de lobbies dos homens da cultura cabo-verdiana.
Existem obras medíocres que são publicitados, sem substâncias credíveis para a literatura e/ou cultura cabo-verdiana.
Os foguenses devem estar atentos com relação a essas manobras e trabalhar afincadamente para promover, divulgar e trabalhar mais em prol do aumento e qualidade de obras da cultura cabo-verdiana.
É dever de todo foguense levantar a chama cultural da ilha e fazer da cultura a chave do nosso sucesso.
Veja só este quadro:

POETAS

Eugénio Tavares.
Sérgio Frusoni
B.Léza
João Cleofas Martins
Ovídio Martins
Jorge Barbosa
Corsino António Fortes
Baltasar Lopes da Silva (Osvaldo Alcântara)
Yolanda Morazzo
José Lopes
Pedro Cardoso
Manuel Lopes
António Nunes
Aguinaldo Fonseca
Teobaldo Virgínio
Gabriel Mariano
Ovídio Martins
Onésimo Silveira
João Vário (Timóteo Tio Tiofe)
Oswaldo Osório
Arménio Vieira
Vadinho Velhinho
José Luís Tavares
Vera Duarte
Gabriel Mariano
Amílcar Cabral
Arthur Vieira

ESCRITORES


Baltasar Lopes da Silva, nas notas de 500 escudos cabo-verdianos de 1992. Ele foi o criador da Revista Claridade, além de autor de muitas obras cabo-verdianas tanto em português como crioulo. Suas principais obras são Chiquinho (romance) (1947). Escreveu também uma descrição dos crioulos de Cabo Verde, O Dialecto Crioulo de Cabo Verde.

Manuel Lopes
Germano Almeida
Luís Romano de Madeira Melo
Orlanda Amarílis
Jorge Vera Cruz Barbosa
Pedro Cardoso
José Lopes
Mário José Domingues
Daniel Filipe
Mário Alberto Fonseca de Almeida
Corsino António Fortes
Arnaldo Carlos de Vasconcelos França
António Aurélio Gonçalves
Aguinaldo Brito Fonseca
Ovídio de Sousa Martins
Henrique Teixeira de Sousa
Osvaldo Osório
Dulce Almada Duarte
Filinto Elísio
Manuel Veiga

OBRAS LITERARIAS CELEBRES

Revista Claridade
Chiquinho (romance) (Baltasar Lopes da Silva)
Os Flagelados do Vente Leste e Chuva Braba (Manuel Lopes)
Hora di Bai (Manuel Ferreira)
Cais-do-Sodré té Salamansa (Orlanda Amarílis)
O Testamento do Senhor Napomuceno da Silva Araújo (Germano Almeida)

De acordo com esse quadro fica-se a saber que o Fogo tem somente dois escritores: Pedro Cardoso e Teixeira de Sousa.
Segundo conversas e opiniões, muitos Foguenses tem publicado livros e não constam na lista dos escritores.
Queriamos saber se a lista dos escritores está ou não actualizada.
Para o bem de Djarfogo, SPEDJO DJARFOGO requer uma explicação.

Napoleao Vieira Andrade

Bibliografia
Literatura Cabo-verdiana
Poesia de Cabo-verde
Historia de Literatura

quarta-feira, 14 de abril de 2010


Já lá vão os tempos em que Chã de Caldeiras - oásis da ilha do Fogo - , vinha, através da sua nascente misteriosa, situada no sopé da rocha (bordeira), fornecendo toda a população de Santa Catarina, inclusive boa parte de S. Filipe, a água canalizada.

Se anteriormente a água era canalizada de cima para baixo e com aproveitamento da força de gravidade para circular nas redes de água para todas as zonas, hoje, graças ao esforço do governo e parcerias de países amigos, ela, a água (!), vem tomando percurso inverso, sendo bombeada de baixo para cima e com maiores custos na sua distribuição.

Conforme os dados e prazos estabelecidos, este precioso liquido estava programado para chegar no ano passado, juntamente com a electricidade.

Importante, neste momento, não é falar dos atrasos e, nem tão pouco, dos porquês que estão por detrás disso tudo.

Neste momento, devemos aplaudir os esforços e exigir que os programas e planos fixados no calendário municipal sejam cumpridos, sem longos dias de desculpas que atrapalham novas iniciativas para o desenvolvimento local.

Devido ao atraso da electricidade, água, telefone e internet, muitos dos investimentos podiam ser feitos, caso não deixassem essas realizações atrasar.

Cada dia que atrasámos no investimento será uma perda irrecuperável na dinâmica do tempo.

Embora muitas pessoas acham estratégicas e, até tacticamente falando, benéficas para gestão política estes atrasos, nós, munícipes empenhados, desacordamo-nos com esta filosofia danosa.

Obrigado ao Governo e, muito em particular, Camara Municipal por mais uma obra importante em prol da comunidade de Santa Catarina, cujo efeito recairá tão agradavelmente nos munícipes.

Esperemos que o projecto funcione com eficácia e sem transtornos no abastecimento de água.

Que haja equilíbrio entre a cidade e o campo, mundos até então considerados antagónicos a nível social, cultural e económico.

Apesar de acreditarmos que a electricidade, telefone, água canalizada, TV e outros meios de comunicação quebraram/ quebram definitivamente a grande diferença entre o campo e a cidade, ainda resta nossas dúvidas quanto a mentalidade e preconceitos de muitos.

Por:Napoleao Vieira Andrade

segunda-feira, 12 de abril de 2010

MALDICAO


Mudjer feia
De rosto nodjado
Ca bu spia-l, nem ca bu da-l costa


Sê odjo é lume de faísca ralampo,
Que ta corta nem faca
E ta arde nem lume.


Se boca é trubada
Que ta rabenta dento bu alma
Moda tambor de maldição,
Tocado pa diabo na pico d’inferno.


Recua mil léguas de sê pensamento,
Desconjura-l pa longe de bo,
Pamode sê ódio é bitcho barexa
E sê-l panhabo bu ta pudrise, seco ruso!


Napoleão Andrade

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A TRILOGIA DA MINHA TRADIÇÃO


Do alto mar da minha majestade

Falei à serra do meu lavrador,

Marcada pelo “ madjon” da propriedade,

Do meu mar, livre, navegador

//

Gritei ao lavrador da minha serra

Que parasse de fazer a guerra

Para que não ficasse em fera,

Ao errar nessa esfera

//

Gritei ao Pastor da minha montanha

Que falasse da liberdade territorial,

Das paredes que lhe cercam do litoral

E da cabra liberal

//

Desde esse mar bondoso

Aprendi amar

Na bênção do Senhor glorioso

Nas madrugadas do meu remar

//

Desse trio

Nasceu um brio

Tanto no frio

Como nas terras sem rio

//

Hoje, e sempre

Levo na alma

Meu Agricultor,

Meu Pastor,

E meu Pescador





Napoleão Vieira Andrade

segunda-feira, 5 de abril de 2010

LINGUA DE POVO



Foi assim, que surgi história de Maria cu Mané na grande padjigal de Djarfogo.

Estaba ta corre um zunzum na meio de vizinhança ma Maria, mudjer de Nho Djon, estaba ta “come se cusa”, o midjor, ta prega-l partida cu Mané, dja faze tempo!

Nho Djon, home puro e,tambe, ruspetado ca liga boca de mundo. El fica ta bai se padjical e na bocal tarde, dipos del da limaria comida e ordia tudo cusa de casa el fica ta bai despadecê cu amigos na impena casa de Nho Francisco, p’es conta na mormanso de caladal tarde tudo quês partis de tempo antigo.

Rapazes, amigos de Nho Djon, cumo és estaba ta odja postura de Maria cu Mané como um farta de ruspeto, és insisti na fra Nho Djon pa bizia Maria ora quel bai padjigal, pamode el esta contra cu Mané na Rubera fretchal.

Nho Djon obi e el sigui instrução de amigos.

Qanto era 9 hora, dipos de menis bai escola, Maria panha se bala, ordidja el marra riba coxa, el spia tudo cabo, el fitcha porta e el po tchabe na aldjibera, pronto pa sigui pa ladera scoral.

Mané estaba na Padjigal cedo. Dje-l daba cabra comida, pega cabritos, ordinha partes de cabra e pronto na boca curral ta espera Maria tchiga.

Nho Djon bá pa mar dento cedo, moda el fra Maria, p’el pode disfarça esquema montado.

Na verdade, Nho Djon estaba dento cedo na padjigal, trás de um penedo cheio de purgueras, carrió, sacaitano e lacacan ta acompanha trajetos de Mané e Maria.

Maria tchiga pé de ladera scoral banda 11 hora. Tempo estaba cu sarrason ta passa de vez enquanto, ora ta abri, ora ta fitcha, momento especial propi pa faze manobras dês tipo.

Cumo dje-s tinha habito de encontra na quel rubera e na mesmo lugar, Maria bai recto quel pé de burguera e Mané ba se trás.

Cinco a dez minuto, Nho Djon ba pé dento pé, el odja Maria detado cu pé riba de umbro de Mané ta baza coxo, ta grita baxo, cu dor quê ca dor, ma ta grita!

Movimento de Mané era fugoso e tudo és estaba cu argum tensão na quel preciso momento; talvez era presentimento de consciência culpado.

Antan, qanto Nho Djon obi Maria fra: Mané bu ta mata-m(!), Nho Djon quenta passo e el grita: Ah Maria, nha Mudjer ! A bo mê, só se forçado!

Obido voz de Nho Djon, Mané finca pé corre pa ladera e Maria, mudjer esperta e fingidera, fica tudo engasgado ta tchora.

Qanto és volta pa casa Nho Djon faze um festa bedjo cu sê mudjer e el dana cu tudo ses “amigos”.

Mané, cumo nobidade tchiga obido de sê mudjer, es fica de zanga pa argum tempo.

Má, certo dia, Mané, esperto que nem Bucajo,arma um truque cu intenção de provoca Maria de noite riba cama.

Fingido quel esta lebado na sono, el xa se pra baxo que estaba ta da pilada encosta na costa de Maria e el fra: Cuze que bu sta da pilada pa bu corda-l; bu ca odja ma nhos esta danado?

Maria, que dja estaba chateado cu greve fome, responde: Mi cu bo du esta danado, ma cuel não.

Cabo serena, menis corda e baxo pano quel mas grande fra: Papá cu mamã dja compo.

Assim era vida de nós padjigal de Djarfogo.

Napoleão Vieira Andrade

segunda-feira, 29 de março de 2010


Bu pensamento frustrado,

Temprado na cólera e fel estrumado

É bala d'aco de soco fitchado

Na rosto d'anjo imaculado

//



Dja m-quere ba T inferno

Nem quê na mau tempo de inverno,

Pa-m salva-bu dês dor eterno;

Oh, coração fraterno!

//



Palavra é faca/tiro que ta mata,

Na dia-a-dia de maltrato

Cu silencio que ca ta ata nem dizata

Na manso-manso dês nos contrato

//



Palavra também e magia que ta cura

Dor e fome d'alma de cultura

Que na raios de bu pupila

El ta odja bu amor ta cintila



Napoleão Vieira Andrade