quarta-feira, 2 de junho de 2010
A LITERATURA DO FOGO NO UNIVERSO CABO-VERDIANO
É de toda conveniência, antes de qualquer desenvolvimento temático, apresentar o conceito do assunto e depois abarcar os aspectos gerais.
A palavra literatura é antiga, mas não tão como algumas das da arte. Mesmo depois do surgimento da escrita durou vários séculos para a literatura ganhar significado dentro da arte.
Em vários dicionários a literatura é definida como a arte de criar, recriar e dinamizar textos, de compor, estudar e investigar escritos artísticos; o exercício da eloquência e da poesia; o conjunto de produções literárias de um país, de uma civilização ou de uma época; a carreira das letras.
A palavra Literatura veio do latim “ litterae” que significa “letras”, e supostamente uma interpretação do grego “ grammatikee”. Para o latim, literatura é uma instrução e/ou um conjunto de saberes, representados pela técnica de escrever e ler bem, dentro do parâmetro gramatical, da retórica e da poética. De forma genérica é a arte e/ou oficio de escrever de forma artística. Pode o conceito da Literatura representar também um conjunto escolhido de textos e/ou corpo, como por exemplo: A literatura médica, a literatura francesa, literatura caboverdiana, etc.
Literatura pode ser definida como a arte de criar e recriar textos, de compor ou estudar escritos artísticos; o exercício da eloquência e da poesia; o conjunto de produções literárias de um país ou de uma época; a carreira das letras.
Mas, mais importante do que defenir conceito da Literatura, quiçá seja descobrir os procedimentos que tornam um texto, na macro compreensão, ser literário.
Nem todo texto é uma obra literária. Por isso, existem padrões para classificar e requesitos necessários para serem cumpridos.
A ideia da Literatura está intimamente ligada a estética – linhagem que requer procedimentos da beleza.
Um texto é literário quando consegue produzir um determinado efeito no receptor. Seja para o bem e/ou para o mal.
Por isso, sempre, tem-se o cuidado de alertar sobre textos artísticos e científicos, onde obejtivos são bem distintos.
Para muitos o conceito da literatura é vasta e depende de como vêem-na.
"A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio."
O entendimento literário ganhou expressão e “padronização” com o Iluminismo [que podemos chamar de "definição moderna clássica", que organiza e estabelece os pilares de periodização usadas na estruturação do preceito [cânone].
De qualquer modo, destas três fontes (a "clássica", a "romântica" e a "crítica") surgem conceitos de literatura, cuja pluralidade não impede de prosseguir a classificações de gênero e exposição de autores e obras.
Possivelmente a mais antiga das formas literárias, a poesia consiste no arranjo harmónico das palavras. Normalmente, um poema organiza-se em versos, caracterizados pela escolha precisa das palavras em função de seus valores semânticos [denotativos e, especialmente, conotativos] e sonoros. É possível a ocorrência da rima, bem como a construção em formas determinadas como o soneto e o haikai. Segundo características formais e temáticas, classificam-se diversos gêneros poéticos adotados pelos poetas.
Entrando concretamente na literatura cabo-verdeana podemos faseá-la em quadro partes a considerar, segundo nossa opinião pessoal:
1.Fase da Claridade (consciência nacionalista)
2.Fase do Dilema Nacional
3.Fase pós Independência
4.Fase do Pluralismo Politico (Era 90)
A grande fase da consciencialização dos homens da letra surgiu com a Claridade – movimento pró identidade cabo-verdiana e, da afirmação cultural dos povos das ilhas.
A Fase do Dilema Nacional aconteceu com a crise (fome 47 – evasão dos cabo-verdianos para S.Tome, Angola e restos do mundo, muitas vezes fugidos nos barcos para Grécia, Holanda, etc), criação do PAIGC e constantes incertezas nas classes dominantes (comerciantes proprietários) que condicionaram surgimentos do querer partir, mas ter que ficar e do querer ficar e ter que partir. Esta fase de difícil condição social, económica e politica do pais serviu para marcar o nacionalismo cabo-verdiano e diferenciar os propósitos da emigração, segundo as causas e objectivos.
O desejo de partir para voltar afortunado e com condições para ajudar o país e família; o desejo de partir para nunca mais voltar à terra da incerteza; o desejo de sair, mas sem nunca saltar o mar; o desejo de partir para nunca mais ver os “ pretos” a mandar, etc.
Tambem teve o desejo de ficar para cuidar da terra; o desejo de desafiar a natureza e transforma-la em lugar de amor, paz e prosperedidade.
A Fase da Independencia trouxe para a sociedade novo pensamento na literatura caboverdiana. Os escritores e poetas escreveram a liberdade com olhos postos no futuro.
Fase do Pluralismo Político (fins do ano 80 e principio do 90) a literatura cabo-verdiana ganhou novos contornos na concepção da liberdade e nas formas do pensamento cabo-verdiano. Várias obras de escritores cabo-verdianos criticaram o regime e formaram novas opiniões na construção da democracia cabo-verdiana.
Partindo de um universo nacional para a ilha e/ou região do Fogo pode-se notar que grandes obras foram escritas, mas sem aquela divulgação necessária, segundo os interesses de lobbies dos homens da cultura cabo-verdiana.
Existem obras medíocres que são publicitados, sem substâncias credíveis para a literatura e/ou cultura cabo-verdiana.
Os foguenses devem estar atentos com relação a essas manobras e trabalhar afincadamente para promover, divulgar e trabalhar mais em prol do aumento e qualidade de obras da cultura cabo-verdiana.
É dever de todo foguense levantar a chama cultural da ilha e fazer da cultura a chave do nosso sucesso.
Veja só este quadro:
POETAS
Eugénio Tavares.
Sérgio Frusoni
B.Léza
João Cleofas Martins
Ovídio Martins
Jorge Barbosa
Corsino António Fortes
Baltasar Lopes da Silva (Osvaldo Alcântara)
Yolanda Morazzo
José Lopes
Pedro Cardoso
Manuel Lopes
António Nunes
Aguinaldo Fonseca
Teobaldo Virgínio
Gabriel Mariano
Ovídio Martins
Onésimo Silveira
João Vário (Timóteo Tio Tiofe)
Oswaldo Osório
Arménio Vieira
Vadinho Velhinho
José Luís Tavares
Vera Duarte
Gabriel Mariano
Amílcar Cabral
Arthur Vieira
ESCRITORES
Baltasar Lopes da Silva, nas notas de 500 escudos cabo-verdianos de 1992. Ele foi o criador da Revista Claridade, além de autor de muitas obras cabo-verdianas tanto em português como crioulo. Suas principais obras são Chiquinho (romance) (1947). Escreveu também uma descrição dos crioulos de Cabo Verde, O Dialecto Crioulo de Cabo Verde.
Manuel Lopes
Germano Almeida
Luís Romano de Madeira Melo
Orlanda Amarílis
Jorge Vera Cruz Barbosa
Pedro Cardoso
José Lopes
Mário José Domingues
Daniel Filipe
Mário Alberto Fonseca de Almeida
Corsino António Fortes
Arnaldo Carlos de Vasconcelos França
António Aurélio Gonçalves
Aguinaldo Brito Fonseca
Ovídio de Sousa Martins
Henrique Teixeira de Sousa
Osvaldo Osório
Dulce Almada Duarte
Filinto Elísio
Manuel Veiga
OBRAS LITERARIAS CELEBRES
Revista Claridade
Chiquinho (romance) (Baltasar Lopes da Silva)
Os Flagelados do Vente Leste e Chuva Braba (Manuel Lopes)
Hora di Bai (Manuel Ferreira)
Cais-do-Sodré té Salamansa (Orlanda Amarílis)
O Testamento do Senhor Napomuceno da Silva Araújo (Germano Almeida)
De acordo com esse quadro fica-se a saber que o Fogo tem somente dois escritores: Pedro Cardoso e Teixeira de Sousa.
Segundo conversas e opiniões, muitos Foguenses tem publicado livros e não constam na lista dos escritores.
Queriamos saber se a lista dos escritores está ou não actualizada.
Para o bem de Djarfogo, SPEDJO DJARFOGO requer uma explicação.
Napoleao Vieira Andrade
Bibliografia
Literatura Cabo-verdiana
Poesia de Cabo-verde
Historia de Literatura
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