Os valores cabo-verdianos estão latentes na sociedade cabo-verdiana e não precisa de caprichos africanistas e nem europeístas. Seus reflexos são manifestações culturais naturais, através dos fenómenos como a música, dança (coreografia), pintura, escultura, teatro, literatura, cinema, tradições orais, culinária, etc.
Percorridos quarteirões de anos a ler os fundadores do alfabeto luso-cabo-verdiano e precursores da língua crioula Eugénio Tavares, Pedro Cardoso, Baltazar Lopes, Ano Nobo, Manuel de Novas, Abílio Duarte, etc, etc., encontra-se nas suas obras o encanto da harmonia cultural que liga os dois povos e a aproximação de valores que fazem parte da vida quotidiana do cabo-verdiano.
A pedagogia do oprimido, muitas vezes, e por força de ódio, acaba-se por repudiar tudo que tem raiz no colonizador para, numa atitude, às vezes, sem cuidado, considerar a raça existente como um produto étnico genuíno.
Os valores da independência são relevantes para afirmação da nossa identidade, cuja origem pluriracial e multicontinental precisam de estímulos e cuidados de forma harmoniosa e equilibrada.
Lembra-se da onda proviniente da afromania, com repercussão na moda, cuja interferência na identidade, quisera alienar a própria identidade físico-biologica, com influência de alterar o cabelo loiro em crespo e na vertente cultural mudar o traje cerimonial (fato) em balalaica e o português para o segundo plano.
Os valores cabo-verdianos estão latentes na sociedade cabo-verdiana e não precisa de caprichos africanistas e nem europeístas. Seus reflexos são manifestações culturais naturais, através dos fenómenos como a música, dança (coreografia), pintura, escultura, teatro, literatura, cinema, tradições orais, culinária, etc.
Hoje obsorve-se, com grande prazer nacionalista, a grande manifestação cultural, outrora repudiada, como Batuque, Tabanca e Funana em todo Cabo-Verde. Estes valores, que são nossos, devem tomar conta dos nossos corações e, na perspectiva da diversidade na unidade, contribuir para nossa variedade cultural.
A língua como cultura precisa tomar como substância cultural os valores do ALFABETO LUSO-CABO-VERDIANO, criado na base das influências que a língua portuguesa tem dentro da formação do crioulo caboverdiano.
Ignorar estes valores culturais é violar, gravemente, os trabalhos já existentes, suas conservações e evolução na linha etimológica – única via de facilitar maior processo de ensino- aprendizagem, na perspectiva de maior abrangência lusófona.
PORQUE SOMOS A FAVOR DO “C”?
Somos a favor da continuação do “C” no alfabeto luso-cabo-verdiano, porque facilita ao educando (aluno) aprender com facilidade o crioulo e ao mesmo tempo o português.
Exemplo: com a palavra CALÇA, CASACO, CASA, CARRO, CABRA, CABRITO, CABRAL, CAIS, CASSETE, etc, etc., pode-se aprender ao mesmo tempo escrever a língua portuguesa porque equivalem semanticamente a mesma palavra, tanto no crioulo como em português.
Somos contra o “K” porque elimina tanto o “C” como “Q”.
O que podemos escrever com “Q” em crioulo, e, que simultaneamente é igual ao português? Muitas palavras, meus caros.
Exemplo: Quando se escreve em crioulo a palavra QUALQUER, QUE, QUATRO, QUADRADO, QUADRO, etc, etc., está-se escrevendo automaticamente o português. Então, porque complicar os nossos meninos no processo de ensino-aprendizagem? Há ou não há razão para dizer que o ALUPEC veio atrasar os cabo-verdianos?
De certeza o Eugénio Tavares, Pedro Cardoso, Baltazar Lopes, Ano Nobo e os nossos ilustres viventes actuais como Manuel de Novas, Morgadinho, Tito Paris, Paulino Vieira, Zeze de nha Reinalda, Betu e mais, ficarão chateados com essa matança do nosso alfabeto luso-cabo-verdiano.
Ainda levo na alma a palavra CRETCHEU, rainha de Cabo-Verde!
Napoleão Andrade
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