sexta-feira, 6 de março de 2009

AS DATAS DAS LIBERDADES E DEMOCRACIAS EM CABO-VERDE


Para Cabo-Verde a história das liberdades e democracias tem que ser contadas a partir de 1956, data oficial da fundação do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo- Verde ( PAIGC). Essa força politico-militar, encabeçada por Amílcar Cabral e seus fundadores, abraçaram como luta justa e incondicional a libertação da Guiné e Cabo-Verde contra opressão e injustiça do jugo colonial português.
Seguidos anos de lutas e vitórias, PAIGC, através dos seus dirigentes caboverdianos, declarava, solenemente, a Independência da República de Cabo-Verde em 1975. Esta data trouxe para o país a marca definitiva da nossa soberania e responsabilidade dos destinos políticos da nação cabo-verdiana.
Seis anos depois, Cabo-Verde rompia a Unidade da Guiné e Cabo-Verde, através de um duro Golpe de Estado perpetrado por Nino Vieira, actual presidente da Guiné – Bissau. Com esse duro Golpe, PAIGC deixou-se de ser a única força politica dirigente dos Estados da Guiné e Cabo- Verde, obrigando, deste modo, aos dirigentes políticos cabo-verdianos a criação do Partido Africano para Independência de Cabo- Verde ( PAICV) em 1981.
Com sucessivas dinâmicas e oposições internas tanto no seio do PAICV, como na diáspora, criaram-se motivações politicas pontuais para o multipartidarismo na sociedade cabo-verdiana.
Sob comando do PAICV, ouvido a proposta do Movimento para Democracia ( MpD), a Constituição da República mudou o tão conhecido artigo 4., onde o PAICV deixava de ser a única força politica e dirigente da sociedade cabo-verdiana, para dar lugar a todas forças politicas cabo-verdianas.
Em 1990, deu-se abertura politica, conduzido na base da vontade politica dos dirigentes do PAICV, MpD e toda sociedade civil.
Nesta eleição de 1991, o Movimento para Democracia ganhou as eleições, deixando marcas da mudança politica na nova Constituição da Republica( 1992).
As datas históricas pertencem ao povo e não aos partidos políticos, porque não existem partidos sem o povo. Quem constrói um partido politico vocacionado para o poder é o povo. Portanto, essas datas não tem nada a ver com os partidos políticos mas, sim, com o povo cabo-verdiano.

Napoleão Andrade

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