URGENCIA DE UMA ESTRATEGIA REGIONAL PARA FOGO & BRAVA

Fogo até então não tem um plano regional estratégico, responsabelidade essa, que devia recair sobre os Presidentes das Camaras Municipais do Fogo, incluindo o da Brava.
Nunca a região Fogo & Brava colocau a questão num plano perspectivo, onde se prevê daqui 10, 15 e/ou 20 anos os degraus de desenvolvimento que a região deve tomar dentro do processo nacional de desenvolvimento.
Tem-se preocupado muito com o individualismo municipal, onde cada Camara tenta, através do seu esforço próprio, fazer arbitrariamente e fora de um contexto regional,[porque não existe uma politica regional], algo que contraria e/ou briga com interesses de outros municípios.
Por exemplo: Não seria mais viável ter um aeroporto de maior dimensão em S. Filipe, invés de estar a pedir investimentos no dos Mosteiros e Brava? Não seria compreensível ter um bom Porto no Fogo e Brava, invés de cada município estar a desenhar estratégias de desenvolvimento fora dum plano regional, onde cada um analisaria as vocações económicas, turísticas, económicas, culturais e geográficas para um desenvolvimento mais bem articulado?
Quando se fala da falta de política regional, quer- se trazer os factos como argumentos. Senão, vejamos: Não existe uma politica de transporte para região Fogo & Brava, considerada região de alto risco dentro da óptica de PROTECAO CIVIL.
Não se pode falar de transporte, sem colocar os problemas de infra-estruturas que lhe são subjacentes. Se, hoje, coloca-se o problema de estradas, aeroportos e portos como infra-estruturas ligadas ao transporte, inclusive com propostas do MpD que condena o pagamento de taxa neste sector, acha-se, sem sombra para dúvida, que o acento tónico deve ser colocado na infra-estrutura de transporte.
Na vertente de Saúde e Educação deve-se colocar as mesmas preocupações, com destaque no número da população que acarreta a região e seus respectivos problemas no deslocamento aos outros centros regionais, como: Praia, Mindelo, Somada e Espargos.
Ter um hospital regional de maior dimensão e alguns institutos de formação educacional (Instituto Pedagógico, Escola Tecnica) constituem uma necessidade imperiosa neste momento em que Cabo- Verde começa a descentralizar serviços e, mais do que humano, reduzir os custos para os filhos da região que procuram empregos, saúde, educação, desporto e entretenimento noutros pólos de desenvolvimento nacional.
A politica regional deve tomar uma forma activa e prospectivar o desenvolvimento regional numa base de análise técnica, política e realista, de forma a minimizar as despesas que os filhos da Região Sul do País fazem para adquirir suas formações e/ou cuidados médicos noutras paragens.
Fogo & Brava tem possibilidade de sair deste marasmo com propostas concretas e com luta de todos os filhos da região.
A unidade regional é uma tarefa de todos e deve começar agora, porque já faz tarde demais a nossa espera, que tanto tem prejudicado a ilha.
Com um plano estratégico para o desenvolvimento regional vai haver mais esperança e confiança para a população Fogo & Brava e maior sentido de ficar, e, não imigrar/ emigrar para outras partes do território nacional e/ou estrangeiro.
Napoleao Andrade
Fidjo Burcan